Miomas Uterinos: perguntas, respostas e tratamentos

Mal que acomete cerca de um quarto da população feminina com idade reprodutiva - entre 25 e 45 anos - o mioma é o tumor benigno mais comum entre as mulheres e não são um tipo de câncer, nem se transformam em câncer. Eles se originam na parede do útero e são formados basicamente por fibras musculares, podendo ser chamados também de leiomiomas, fibromas ou fibromiomas.

Com tamanhos variados, os miomas podem crescer para dentro ou para fora do útero. Como nem sempre estão associados a sintomas, eles podem, muitas vezes, ser ignorados. A detecção, nesses casos, costuma ser feita por meio de ultrassonografia pélvica ou transvaginal.

Mais frequentes em mulheres na faixa dos 40 anos, eles podem causar sangramento, dor pélvica e, por vezes, incontinência urinária e constipação, determinando diminuição importante na qualidade de vida. Além de um importante fator de infertilidade, os miomas devem ser pesquisados e, dependendo da orientação médica, combatidos.




Quais as chances de uma mulher desenvolver miomas?
Os miomas estão presentes em 20% a 30% das mulheres em idade fértil, como também em mais de 40% das mulheres acima de 40 anos. Os principais fatores predisponentes para o aparecimento dos miomas são: histórico familiar; etnia (raça negra, principalmente) e nuliparidade (mulheres que não têm filhos).

Quais são os tipos de miomas?
Os miomas são classificados de acordo com sua posição no útero. Os miomas que se localizam no interior da parede uterina são chamados de intramurais. Os que se localizam na camada mais externa do útero são chamados de miomas subserosos. Os miomas subserosos que se desprendem do útero, mas que ainda ficam presos a este por um pedículo, são chamados de miomas pediculados. Já os que estão próximos ou no interior da cavidade uterina são os miomas submucosos.


Quais sinais e sintomas podem indicar a presença de miomas?
Os miomas só causam sintomas em cerca de 50% dos casos. O sintoma mais comum é fluxo menstrual aumentado e/ou sangramento fora do período menstrual, que podem levar até à anemia. Além disso, miomas grandes podem levar a aumento do volume abdominal, sensação de peso no baixo ventre, aumento da frequência urinária e constipação intestinal. Cólicas menstruais também podem ocorrer estando quase sempre associadas ao fluxo menstrual excessivo. Dores lombares e dor durante o ato sexual também são observadas em algumas mulheres.


Os miomas podem causar dificuldade para engravidar?
Sim, os miomas podem causar não só dificuldade para engravidar como também dificuldade na manutenção da gravidez. A infertilidade causada pelos miomas ocorre quando estes estão localizados próximos ou na cavidade uterina, distorcendo-a, ou quando causam compressão sobre as trompas, obstruindo-as.


Quais problemas os miomas podem causar durante a gravidez?
Raramente os miomas causam algum problema durante a gravidez. No entanto, os miomas aumentam a incidência de dor durante a gravidez, de sangramento de 1º trimestre, de parto prematuro, de descolamento prematuro de placenta e de cesariana.


Quais exames posso fazer para saber se tenho miomas?
Em geral, um bom exame ginecológico associado a uma ultrassonografia transvaginal ou pélvica de qualidade são suficientes. Vale ressaltar que a ultrassonografia é o método diagnóstico de eleição para o diagnóstico dos miomas. No entanto, quando o objetivo é a preservação do útero, exames mais específicos são necessários, como a ressonância magnética e a vídeo-histeroscopia diagnóstica.


Quais as vantagens da ressonância magnética para o diagnóstico dos miomas uterinos?
O estudo dos miomas uterinos por ressonância magnética oferece vantagens significativas sobre a ultrassonografia, já que permite que os miomas sejam estudados com maior detalhe. Na ressonância, é possível obter não apenas informações sobre a correta localização, número e volume dos miomas, como também caracterização tecidual e vascularização dos miomas, além do efeito destes sobre outras estruturas pélvicas (ovários, bexiga, ureteres e intestino).


O que é a vídeo-histeroscopia diagnóstica e em que casos é indicada?
A video-histeroscopia diagnóstica é um exame utilizado para a visualização direta da cavidade uterina. O exame é realizado com a introdução (até o interior do útero, passando pela vagina e pelo canal do colo uterino) de um pequeno tubo de 2,9 mm de diâmetro, chamado de ótica, acoplado a uma microcâmera. Para realização do exame, não há necessidade de internação hospitalar e nem de anestesia. A vídeo-histeroscopia é indicada para avaliar a presença de miomas que podem estar na cavidade uterina, assim como a presença de infecções, pólipos e hiperplasias do endométrio.


Tratamentos
Atualmente, são inúmeras as opções para o tratamento dos miomas sem a necessidade de retirada do útero. Os tratamentos podem variar desde os mais invasivos até os não invasivos. São eles: tratamentos medicamentosos, cirurgias para retirada dos miomas por vídeo-histeroscopia, laparoscopia e laparotomia, embolização dos miomas e ablação do mioma por ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética (ExAblate).

Miomectomias por laparotomia e laparoscopia
A miomectomia consiste na retirada cirúrgica dos miomas uterinos com reconstrução e preservação do útero. Ela pode ser realizada de três maneiras diferentes. A mais tradicional é a miomectomia por laparotomia, feita por meio de uma incisão abdominal, na maioria das vezes similar a uma incisão de uma cesariana. A miomectomia por laparotomia geralmente é indicada para miomas volumosos e múltiplos.

Já a miomectomia por laparoscopia é realizada através de pequenas incisões na parede abdominal, sendo todo o procedimento monitorado por microcâmeras. A abordagem laparoscópica geralmente é indicada para miomas em pequeno número, não muito volumosos e, preferencialmente, intramurais, subserosos, ou pediculados.

Miomectomia por vídeo-histeroscopia
A miomectomia por vídeo-histeroscopia é indicada exclusivamente para os miomas submucosos, ou seja, que estão no interior da cavidade uterina. O procedimento é realizado de forma semelhante ao exame de vídeo-histeroscopia diagnóstica. No entanto, como se trata de cirurgia, com a realização de cortes no tecido do mioma, o procedimento é realizado sob anestesia e em ambiente hospitalar.

Embolização dos miomas uterinos
A embolização dos miomas uterinos é um procedimento minimamente invasivo que consiste na interrupção do fluxo sanguíneo que nutre o mioma. Ela é realizada por meio do cateterismo da artéria uterina e injeção de microesferas que se alojam especificamente nas artérias que nutrem os miomas. O cateter é introduzido por um pequeno furo na virilha, sem cortes, e é levado até as artérias que nutrem os miomas, com o auxílio de um equipamento de radiologia digital.

Após a interrupção do fluxo sanguíneo, o mioma inicia um processo de degeneração lento e gradual. Esta degeneração é responsável pela redução dos sintomas causados pelos miomas, principalmente os hemorrágicos, e pela redução de até 70% do volume dos miomas, reduzindo também os sintomas compressivos.

A técnica anestésica aplicada durante a embolização dos miomas uterinos é a raquidiana, considerada mais segura e eficaz, pois, além da anestesia durante o procedimento, proporciona analgesia eficiente nas primeiras 24 horas pós-embolização, o que garante um maior conforto da paciente. A alta hospitalar ocorre em 24 horas e o retorno às atividades diárias ocorre em até uma semana.

Tratamento não invasivo dos miomas uterinos
O tratamento conservador dos miomas uterinos tem no ExAblate o único método não invasivo eficaz. O ExAblate consiste no acoplamento perfeito de duas tecnologias: a ressonância magnética e o ultrassom de alta energia. A ressonância magnética define o alvo (mioma), controla e monitoriza em tempo real o procedimento. O ultrassom emite ondas de alta energia focalizadas no alvo (mioma) induzindo à inativação do tecido do mioma pelo calor (ablação), sem qualquer incisão.

Mioma x fertilidade
Os miomas podem ameaçar a fertilidade, não só causando dificuldade para engravidar como também na manutenção da gravidez. Porém, no momento de optar por um tratamento, muitas mulheres receiam operá-los com medo de prejudicar ainda mais a fertilidade. Por essa razão, no Centro de Miomas da Rede D’Or, cada paciente é avaliada segundo anseios e expectativas, principalmente em relação à vontade de engravidar.

Com tratamentos cada vez menos invasivos, já é possível tratar os miomas, preservando o útero e garantindo maiores chances de realizar o sonho da maternidade, desde que cada caso deve seja avaliado em profundidade.


Tratamentos sem cortes - Exablate
O ExAblate é um tratamento não invasivo para miomas que combina o exame de ressonância magnética com o ultrassom de alta intensidade para tratar tumores sem a necessidade de incisão (cortes) ou hospitalização. O procedimento é aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no Brasil. Atualmente, é utilizado em mais de 60 centros médicos de referência por todo o mundo (Estados Unidos, Europa, Ásia) e mais de 5.000 pacientes já foram tratadas com sucesso. O Hospital Barra D’Or é único na América Sul a dispor dessa avançada tecnologia não invasiva.

Benefícios
Não invasivo
Não há cortes. Não há cicatrizes.

Procedimento ambulatorial
O procedimento é totalmente ambulatorial, ou seja, não requer hospitalização. O procedimento dura cerca de três horas. No mesmo dia, a paciente retorna para casa.

Sem radiação ionizante
Não é utilizada radiação ionizante (raios-X), que pode ser prejudicial aos ovários.

Efeitos adversos são raros
O dor é muito menos frequente e de menor intensidade do que em outros tratamentos invasivos. Há menor risco de infecção, por não haver incisão. Não há perda de sangue, não havendo risco de hemorragias. Menor incidência de náuseas, vômitos e mal-estar.

Sedação leve
O procedimento anestésico aplicado consiste em uma sedação leve. A paciente fica consciente durante todo o processo. Mesmo assim, um anestesista a acompanha desde o início até o fim do tratamento, o que aumenta sua segurança, conforto e bem-estar.

Rápida recuperação
A recuperação do tratamento com o ExAblate é extremamente rápida, sendo a mais rápida dentre todos os tratamentos para os miomas uterinos. Em um ou dois dias as pacientes tratadas voltam à vida normal, sem restrições para o trabalho e para atividades físicas.

Passo-a-passo
O procedimento de aplicação do ExAblate é realizado em uma máquina de ressonância magnética, utilizando uma maca especial onde está localizado o transdutor de ultrassom. A sala de exame é decorada com luzes que simulam estrelas no teto e uma TV de plasma onde são exibidos filmes, documentários e afins, ajudando no relaxamento.

A paciente é posicionada deitada de barriga para baixo e permanece consciente e sob leve sedação durante todo o procedimento. Após o posicionamento, o procedimento consiste basicamente em quatro etapas:

Definição do alvo – o mioma
São realizadas imagens de ressonância magnética da pelve, incluindo pele, parede abdominal e todos os órgãos internos em três planos (sagital, axial e coronal).

Planejamento terapêutico
Nesta etapa, são definidos a localização e o volume do alvo (mioma) a ser atingido pelo ultrassom focalizado. Assim, a passagem de cada feixe de ultrassom é minuciosamente planejada e calculada tridimensionalmente, garantindo a eficácia e a segurança do tratamento.

O tratamento
O tratamento consiste em múltiplas insonações previamente planejadas. A cada insonação sobre o alvo, objetiva-se aquecer o mioma a temperaturas de 70ºC a 80ºC, causando a necrose (“morte”) tecidual. Enquanto as insonações ocorrem, as imagens em tempo real de ressonância magnética demonstram o aquecimento do alvo e de todo o tecido vizinho ao alvo, garantindo, assim, a segurança do método.

- Controle imediato pós-tratamento
Ao fim das insonações planejadas, novas imagens de ressonância magnética são realizadas com a utilização de contraste venoso (gadolínio). Estas imagens vão demonstrar todo o tecido do mioma não perfundido, ou seja, que não recebe contraste. Esta área que não recebe contraste é equivalente à área totalmente tratada pelo ExAblate. Portanto, imediatamente após as insonações, o tratamento é dimensionado, avaliando-se sua eficácia e se uma nova sessão para complementar o tratamento pode vir a ser necessária.


 Fonte: http://www.centrodemiomas.com.br

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