Conte sua História: Mãe de Proveta!

Hoje no "Conte sua História" mais uma linda história de luta na busca da maternidade. Uma história real de um casal que buscou a reprodução assistida para ajudá-los a ter seus filhos. Foram 8 procedimentos de fertilização in vitro (FIV), um aborto, um parto prematuro por bolsa rota, uma gravidez de trigêmeos e 4 filhos. Vem conhecer a Andréa e sua família! - Alê Nunes


"Eu e meu marido depois de quase três anos de casados decidimos que era hora de termos filhos. Parei anticoncepcional e começamos a nos preparar para engravidar, porém, depois de quase 1 ano sem sucesso, fomos aconselhados a procurar um médico especializado em infertilidade. Eu já estava com 35 anos e não podíamos mais esperar... Foram longos 6 anos e 8 procedimentos de fertilização in vitro, entre eles um aborto com 8 semanas de gestação. Realizamos muitos exames, tomamos muitos medicamentos, injeções, vacinas, mas nada dava certo, e nada de anormal aparecia em nossos exames para entendermos o que acontecia, porque não conseguíamos engravidar... quando tive o aborto então, meu mundo desmoronou e quase abandonei tudo.

Mudamos de clínica e em uma nova fertilização conseguimos engravidar. Colocamos 3 embriões mas somente um implantou e tivemos a alegria de saber que seria uma menina. Minha gravidez estava indo super bem e eu continuava trabalhando normalmente, quando com 25 semanas, na sala de espera da consulta pré-natal, comecei a ter um sangramento muito forte. Imediatamente fui internada com o diagnóstico de "bolsa rota". Por algum motivo, minha bolsa furou e começou a vazar líquido amniótico, o que me forçou a permanecer deitada em uma cama de hospital, podendo levantar somente uma vez por dia para banho, durante 56 longos dias... durante o período, eu precisava ingerir cerca de 4 a 5 litros de líquidos diariamente e a cada 3 dias fazia ultrassom para medir a vazão do líquido amniótico e checar se tudo estava bem com nossa bebê.

Ela nasceu com 32 semanas, 38cm e 1,8Kg, super saudável, respirando sozinha e conseguimos escapar de qualquer tipo de infecção. Comecei então minha primeira experiência como mãe de UTI, pois ela ficou internada por 24 dias para ganhar peso. Três dias antes da alta, foi detectada uma anemia profunda e ela precisou de transfusão de sangue. Felizmente se recuperou e pudemos leva-la para casa, seguindo todas as orientações e cuidados com um prematuro.

Enquanto estive internada, comecei a escrever meu livro "Mãe de Proveta" onde relato nossa experiência com infertilidade, com o objetivo de encorajar casais a conversarem a respeito, buscarem por ajuda e até mesmo como dividir e com quem dividir o problema. Pelo que vivi, senti que até mesmo que convive com um casal infértil precisa de informação para poder entender, respeitar e ajudar nesse momento. Me engajei no projeto e dei continuidade com o nascimento da Lari. Ele foi lançado em agosto deste ano, está à venda no site www.editorabiografia.com.br e em breve nas livrarias de todo país.

Sempre quisemos ter pelo menos 2 filhos e como parei de trabalhar quando a Larissa nasceu, decidimos que tentaríamos dar um irmão para ela o quanto antes, assim eu poderia voltar a minha carreira em 2 anos. Nesta época criei o blog 'Mãe de Proveta" no Facebook para trocar experiências e postar informações sobre infertilidade e maternidade.

Em uma nova FIV colocamos 2 embriões e na véspera de Natal recebemos a notícia da minha gravidez! Foi uma alegria só, mas eu estava me sentindo muito estranha, com fraqueza, sono e muita fome, sintomas que não foram tão fortes na primeira gestação... começamos a acreditar que os 2 embriões haviam implantado e que teríamos gêmeos. No dia do ultrassom, quando a médica viu os dois sacos gestacionais e ouviu os corações, ficamos em um mix de alegria e apreensão, afinal, teríamos 2 filhos... mas quando ela nos colocou um terceiro coração para ouvirmos, quase desmaiamos... meu marido ficou estático, mudo e sua feição era de terror. Eu comecei a tremer inteira e a gaguejar... mil coisas passaram pela minha cabeça em uma fração de segundos... teríamos 3 bebês... 4 filhos!!!

Para minha surpresa, minha gestação foi muito tranquila e como sou muito alta, nem parecia que estava grávida de trigêmeos. Com minha experiência com a Larissa e mais toda pesquisa que fiz na Internet, planejei todo enxoval, chá de bebê e junto comeu marido montamos uma previsão orçamentária para os primeiros 3 meses após o nascimento. Tudo na nossa vida mudou drasticamente... Como tive bolsa rota, minha ginecologista se antecipou e implantamos um pessário uterino para auxiliar o colo do útero a suportar o peso de 3 bebês e tentar evitar novo rompimento. Como engordei muito pouco, nem precisei entrar em repouso absoluto. A partir da 28ª semana só diminuí o ritmo, parei de dirigir e evitava sair sozinha.

Meus ultrassons eram quinzenais e passaram a ser semanais com 30 semanas e em um deles detectamos que um dos bebês estava com restrição no cordão umbilical e por ser um dos gêmeos univitelinos, foi decidido que realizaríamos o parto no dia seguinte. Durante o final da gravidez eu pedia muito para que o parto não acontecesse durante a copa do mundo, que eles esperassem para nascer na semana seguinte, mas eles resolveram nascer no dia do fatídico jogo Brasil x Alemanha...

Os três nasceram com 32 semanas, a Anna com 43cm e 1,8Kg, o Alexandre com 41cm e 1,5Kg, o Filipe com 41cm e 1,4Kg, saudáveis e respirando sozinhos!! Ficaram na UTI Neo por 29 dias para ganhar peso somente, e eu vivi minha segunda experiência, só que desta vez tinha que me dividir entre 3 bebês nas incubadoras durante o dia e outra bebê de 2 aninhos em casa... Quando foram para casa, foi uma alegria só, mas aí começou minha rotina para pôr ordem em nossas vidas.

Tenho uma ajudante que está comigo há muitos anos e já cuidava da Lari durante o dia. Ela rapidamente pegou o jeito com os trigêmeos também. Contratei por 3 meses uma babá noturna pois tentei alimentá-los sozinha e cheguei a ficar 72 horas sem dormir e quase enlouqueci. Como tive pouco leite, amamentei somente até os 3 meses e partimos para mamadeira. Logo condicionei o trio a dormir 6 horas seguidas e quando isso aconteceu por 15 dias seguidos, foi a hora de dar adeus a babá noturna. Com 6 meses eles já dormiam 8 horas seguidas e eu passei a descansar mais.

Em casa meu ritmo é meio “carrasco”, mas só com um regime militar consegui pôr ordem e atender as necessidades de 4 filhos e 1 marido!! Os três acordam no mesmo horário, dormem no mesmo horário e comem nos mesmos horários. Não temos tempo pra muito colo, muito mimo, tudo é dividido entre os quatro. Quando ficam doentes é uma loucura, tantos medicamentos, horários, choros, vômitos... mas tudo faz parte. Respiro fundo, conto até 10 e ás vezes me tranco no banheiro por 5 minutos no chuveiro e choro bastante... só assim pra não pirar!!

Não sei quando vou poder voltar a trabalhar e junto com meu marido planejamos na ponta do lápis nossa vida financeira. Já percebi que com o tempo eles vão crescendo e tudo vai ficando menos difícil... hoje tenho 4 filhos lindos e quando olho pra trás tenho o sentimento de que faria tudo novamente, só pra ter a felicidade que vivo hoje!!

Andréa Jacoto do Blog Mãe de Proveta"
Para o Blog Da Fertilidade à Maternidade

P.S.: Gostou do post, então compartilha :), mas se for copiar cite a fonte, com link e a autora. É mais justo com quem pesquisa e escreve sobre o assunto para tentar ajudar. Obrigada, Alê

* As informações disponíveis são meramente informativas, os comentários respostas são informações leigas e não substituem a Consulta Médica!

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