Infertilidade não significa a impossibilidade definitiva de ter filhos
As estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou  menos 15% dos casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de problema  que pode levá-los a um diagnóstico de infertilidade. Durante muito tempo, os  problemas relacionados à concepção foram atribuídos exclusivamente às mulheres e  só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. "Talvez esta seja  uma das explicações para a desinformação e o preconceito sobre a infertilidade  masculina entre a população", afirma o urologista Ricardo Felts de La Roca.
Depois de 12 meses tentando engravidar sem sucesso, o recomendável é que o  casal procure auxílio médico, e a mulher seja examinada pelo ginecologista e o  homem, por um urologista. Esta avaliação médica começa com o levantamento da  história do casal, onde se pode verificar se o casal mantém relações sexuais  regularmente. "Em seguida, no caso do homem, procura-se identificar algum  possível problema físico que esteja impossibilitando a gravidez, como  dificuldades de ereção e para ejacular, e pede-se um espermograma, para  determinar a quantidade e a qualidade dos espermatozóides ejaculados", explica o  médico.
Produção inadequada de esperma
O espermograma informa ao urologista o número de espermatozóides que o homem  ejacula. "O normal é ter 20 milhões de espermatozóides por mililitro de esperma  e que 50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e  chegar à trompa para encontrar o óvulo", explica Ricardo Roca. Vinte milhões não  é um número absoluto, muitos homens com número menor de espermatozóides  conseguem engravidar uma mulher, se ela for jovem e for fértil. Como depois dos  35 anos, a fertilidade feminina começa a cair, aí, sim, o homem tem de produzir  espermatozóides em quantidade e qualidade adequadas, informa o médico.
A primeira causa de infertilidade masculina é a baixa produção ou a produção  inadequada de espermatozóides, decorrente de alterações hormonais, varicocele ou  processos infecciosos ou inflamatórios, "que podem, uma vez reconhecidos, serem  revertidos com tratamento médico adequado", informa o urologista.
Varicocele
O aparecimento da varicocele, varizes que aparecem no cordão espermático,  pode atrapalhar a produção dos espermatozóides, pois essas varizes fazem com que  a temperatura escrotal e intratesticular aumentem, acarretando alterações na  produção dos gametas. "Entretanto, 60% dos portadores da doença não apresentam  nenhuma alteração da fertilidade. Os outros 40% , em geral, são inférteis",  afirma o médico, que também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de  Paris V - Hospital de la Pitié-Salpetrière.
Tabagismo
Em relação aos fatores comportamentais que podem comprometer a fertilidade,  alguns requerem atenção especial como o tabagismo. "Hoje, 35% dos homens em  idade reprodutiva fumam, o que pode influenciar negativamente nas chances de  sucesso de uma gravidez", diz o médico. O tabagismo masculino está associado à  redução na qualidade do sêmen, incluindo concentração de espermatozóides,  motilidade, morfologia e efeito potencial na função espermática, além das  alterações nos níveis hormonais. "Costumamos recomendar àqueles indivíduos que  apresentam sêmen de qualidade marginal e história de infertilidade, que deixem  de fumar para que haja uma melhora da qualidade do sêmen com a interrupção do  tabagismo", diz Ricardo Roca.
Uso de drogas e medicamentos
A prática sexual sem o uso de preservativos também é apontada pelo médico  como um dos fatores que pode levar à infertilidade, devido às doenças  sexualmente transmissíveis. Outro comportamento muito habitual é o uso, muitas  vezes, o abuso de álcool e drogas como a maconha, que afetam diretamente o  funcionamento dos gametas masculinos. "O uso de anabolizantes também prejudica o  funcionamento dos testículos, resultando em uma produção de espermatozóides com  baixa capacidade de fecundação. Sua ação é parecida com a da testosterona em  doses altas: bloqueia o funcionamento da hipófise e, conseqüentemente, a  produção de espermatozóides nos testículos. Em 20% dos casos, esse bloqueio é  definitivo, irreversível", avisa o urologista.
Alguns medicamentos usados no tratamento de gastrites, úlceras, hipertensão  arterial e infecções por fungos, também podem causar danos à saúde reprodutiva.  Há também um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo - a  finasterida - que provoca diminuição do número de espermatozóides,  principalmente naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e  varicocele, por exemplo, mas é um efeito colateral reversível.
Obesidade
"A obesidade e o sobrepeso, bem como as dietas e a prática de exercícios  exagerada também contribuem para uma baixa na taxa de fertilidade masculina,  pois provocam uma diminuição do número de espermatozóides", explica o médico. O  estresse é outro fator relevante. "Nos homens, o estresse causa problemas de  impotência, dificuldades de ejaculação e alterações na qualidade dos  espermatozóides", explica o médico.
Possibilidades terapêuticas
O primeiro passo para um tratamento bem sucedido e a conseqüente gravidez da  parceira é o correto diagnóstico da situação. Muitas causas de infertilidade  masculina podem ser tratadas por meio de procedimentos simples como a terapia  hormonal ou pequenas cirurgias.
Em outras situações mais complexas é necessária a indicação de inseminação  artificial. "As técnicas de reprodução assistida, realizadas em laboratório, em  nosso meio, ainda são muito caras, mas em centros universitários já é possível  contar com departamentos especializados e capacitados para oferecer estes  procedimentos para os pacientes com menor renda", afirma o urologista.
Ricardo Felts de La Roca
O urologista dirige a Clínica e Cirurgia Urológica Dr. Ricardo Felts de La  Roca. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, Mestre em Cirurgia  Geral pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O médico  também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V - Hospital  de la Pitié-Salpetrière, fellow do Colégio Internacional dos Cirurgiões e Membro  Correspondente da Associação Americana de Urologia e da Associação Francesa de  Urologia.
Fonte: Guia Do Bebê 


Feliz Natal linda ^^
ResponderExcluirREALIZAÇÕES, Deus abençoe.
Beijocas.
Obrigada querida, espero que teu natal tenha sido maravilhoso.
ResponderExcluirE que teu 2010 seja repleto de saúde e muita felicidade.
bjss