Como ajudar uma mãe que perdeu um filho!

Li esse texto em um grupo que participo, é uma carta escrita por uma mãe que passou por uma perda, e achei válido publicar aqui, pois é muito complicado passar pela perda de um filho, só quem passou por isso entende, e poucas pessoas sabem como ajudar.

"Quando estiver tentando ajudar uma mulher que perdeu um bebê, não ofereça sua opinião pessoal sobre sua vida, suas escolhas, seus projetos para seus filhos.

Nenhuma mulher nesta situação está procurado por opiniões (de leigos) sobre porque isto aconteceu ou como ela deveria se comportar.

Não diga: É a vontade de Deus.
Mesmo se nós somos membros de uma mesma congregação, a menos que você seja um dirigente desta igreja e eu estiver procurando por sua orientação espiritual, por favor, não deduza o que Deus quer para mim. A vontade de Deus é que ninguém sofra. Ele apenas permite.Apesar de saber que muitas coisas terríveis que acontecem são permitidos por Deus, isto não faz estes acontecimentos menos terríveis.

Não diga: Foi melhor assim havia alguma coisa errada com seu bebê. O fato de haver alguma coisa errada com o bebê é que me faz tão triste. Meu pobre bebê não teve chance. Por favor, não tente me confortar destacando isto.

Não diga: Você pode ter outro. Este bebê nunca foi descartável. Se tivesse a escolha entre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito: Onde está o garfo? Eu morreria por esta criança, assim como você morreria por seu filho. Uma mãe pode ter dez filhos, mas sempre sentirá falta daquele que se foi.

Não diga: Agradeça a Deus pelo(s) filho(s) que você tem. Se a sua mãe morresse num terrível acidente e você estivesse triste, sua tristeza seria menor porque você tem seu pai?

Não diga: Agradeça a Deus porque você perdeu seu filho antes de amá-lo realmente. Eu amava meu filho ou minha filha. Ainda que eu tenha perdido meu bebê tão cedo ou quando nasceu, eu o amava.

Não diga: Já não é hora de deixar isto para trás e seguir em frente?
Esta situação não é algo que me agrada. Eu queria que nunca tivesse acontecido.Mas aconteceu e faz parte de mim para sempre. A tristeza tem seu tempo que não é o meu ou o seu.

Não diga: Eu entendo como você se sente. A menos que você tenha perdido um bebê, você realmente não sabe como eu me sinto. E mesmo que você tivesse perdido, cada um vivencia esta tristeza de modo diferente. Não me conte estórias terríveis sobre sua vizinha, prima ou mãe que teve um caso parecido ou pior. A última coisa que preciso ouvir agora é que isto pode acontecer seis vezes pior ou coisas assim. Estas estórias me assustam e geram noites de insônia assim também como tiram minhas esperanças. Mesmo as que tenham tido final feliz, não compartilhe comigo.

Não finja que nada aconteceu e não mude de assunto quando eu falar sobre o ocorrido. Se eu disser antes do bebê morrer... Ou quando eu estava grávida...não se assuste. Se eu estiver falando sobre o assunto, isto significa que quero falar. Deixe-me falar. Fingir que nada aconteceu só vai me fazer sentir incrivelmente sozinha.

Não diga Não é sua culpa. Talvez não tenha sido minha culpa, mas era minha responsabilidade e eu sinto que falhei. O fato de não ter tido êxito, só me faz sentir pior. Aquele pequenino ser dependia unicamente de mim para trazê-lo ao mundo e eu não consegui. Eu deveria trazê-lo para uma longa vida e não pude dar-lhe ao menos sua infância. Eu estou tão brava com meu corpo que você não pode imaginar.

Não me diga: Bem, você não estava tão certa se queria ter este bebê... Eu já me sinto muito culpada sobre ter reclamado sobre mal estar matinais ou que eu não me sentia preparada para esta gravidez ou coisas assim. Eu já temo que este bebê morreu porque eu não tomei as vitaminas, comi ou tomei algo que não devia nas primeiras semanas quando eu não sabia que estava grávida. Eu me odeio por cada minuto que eu tenha limitado a vida deste bebê. Se sentir insegura sobre uma gravidez não é a mesma coisa que querer que meu bebê morra, eu nunca teria feito esta escolha.

Diga: Eu sinto muito. É o suficiente. Você não precisa ser eloqüente. As palavras dizem por si.
Diga: Ofereço-lhe meu ombro e meus ouvidos.
Diga: Vocês vão ser pais maravilhosos um dia ou vocês são os pais mais maravilhosos e este bebê teve sorte em ter vocês. Nós dois precisamos disso.
Diga: Eu fiz uma oração por vocês. Mande flores ou uma pequena mensagem. 
Cada uma que recebi, me fez sentir que meu bebê era amado. Não envie novamente se eu não responder.

Não ligue mais de uma vez e não fique brava (o) se a secretária eletrônica estiver ligada e eu não retornar sua chamada. Se nós somos amigos íntimos e eu não estiver respondendo suas ligações, por favor, não tente novamente. 

Ajude-me desta maneira por enquanto. Não espere tão cedo que eu apareça em festas infantis e ou chás para bebes ou vibre de alegria no dia das mães. Na hora certa estarei lá. Se você é meu chefe ou companheiro de trabalho: 

Reconheça que eu sofri uma morte em minha família não é simplesmente uma licença médica. Reconheça que além dos efeitos colaterais físicos, eu vou estar triste e angustiada por algum tempo. Por favor, me trate como você trataria uma pessoa que vivenciou a morte trágica de alguém que amava. Eu preciso de tempo e espaço. Por favor, não traga seu bebê ou filho pequeno para eu ver. Nem fotos. Se sua sobrinha está grávida, ou sua irmã teve um bebê há pouco, por favor, não divida comigo agora. Não é que eu não possa ficar feliz por ninguém mais, é só que cada vez que vejo um bebê sorrindo ou uma mãe envolta nesta felicidade, me traz tanta saudade ao coração que eu mal posso agüentar. Eu talvez diga olá, mas talvez eu não consiga reprimir as lágrimas. 

Talvez ainda se passarão semanas ou meses antes que eu fique pelo menos uma hora sem pensar nisso. Você saberá quando eu estiver pronta. Eu serei aquela que perguntará pelos bebes, ou como está aquele garotinho lindo?
Acima de tudo, por favor, lembre-se que isto é a pior coisa que já me aconteceu. A palavra morte é pequena e fácil de dizer. Mas a morte do meu bebê é única e terrível. Vai levar um bom tempo até que eu descubra como conviver com isto.

Ajude-me!"

Autora Desconhecida

Encontrei também esta matéria da BabyCenter:

"Como posso ajudar um casal que perdeu um bebê?

Cada pai e mãe responde de um jeito diferente à dolorosa perda de um aborto espontâneo ou à morte de um bebê, e vive o luto à sua própria maneira, por isso fica muito difícil saber como ajudar. Nessas horas, o melhor que um amigo ou parente tem a fazer é se colocar à disposição para auxiliar no que for preciso, oferecer seu apoio irrestrito e ser sensível à situação. 


O que fazer:

  • Ouça o que os pais têm a dizer sobre a perda. Algumas pessoas acham que só é possível sentir tristeza por uma criança que chegou a viver algum tempo, mas o amor dos pais por um bebê não pode ser medido em semanas ou meses. Trata-se de uma relação que começa bem antes do nascimento. Não importa se o bebê morreu ainda no útero ou nos primeiros dias de vida-- a dor dos pais reflete o fim de esperanças, sonhos e expectativas para o futuro.

  • Visite, telefone, mande um email ou uma planta. Passe por cima do desconforto da situação e mostre-se presente. Muitos pais e mães sentem-se absolutamente sozinhos depois da perda, e uma ligação mostrará que há pessoas pensando e torcendo por eles. Não se ofenda, contudo, se eles demorarem ou não retornarem o seu telefonema.

  • Expresse o quanto sente pelo que aconteceu, mesmo que seja para dizer "Sinto muito", "Não posso nem imaginar como você deve estar se sentindo" ou "Só queria te dizer que estou pensando em você".

  • Dê um abraço apertado também no pai, e não só na mãe, porque ele também precisa de apoio.

  • Não tenha receio de conversar sobre a perda. Ao perguntar "Como vocês estão indo?", você dá chance aos pais de botar para fora o que estão sentindo. Não são todas as pessoas que preferem falar, mas muitas vão se sentir melhor. Deixe que eles contem o que desejarem, mesmo que sejam detalhes desagradáveis. Não tenha medo de demonstrar os seus próprios sentimentos. Não tem problema chorar na frente deles, nem deixar que eles chorem na sua frente.

  • Lembre-se das datas importantes nas próximas semanas e meses, como quando o bebê deveria ter nascido, aniversário da morte, Dia das Mães e dos Pais. Um telefonema ou visita nessas horas será especial para seus amigos.

  • Ofereça ajuda específica, em vez de dizer "Se precisar de alguma coisa, é só avisar". Muitas pessoas que vivem momentos difíceis não se sentem à vontade de pedir nada, seja ao vivo ou por telefone. É geralmente melhor perguntar alguma coisa direta, como "Vou ao supermercado mais tarde. Do que vocês estão precisando? Posso trazer" ou "Vou pegar as crianças aí amanhã, assim vocês descansam um pouco".

  • Esteja ciente de que alguém que acabou de perder um bebê pode ter dificuldade de ficar perto de uma amiga grávida ou com crianças pequenas. Por outro lado, muitos casais se ressentem porque os amigos com bebês parecem evitá-los. Assim sendo, se você está grávida ou tem uma criança novinha e pretende visitar, é sempre bom perguntar se não tem problema ou vai causar algum incômodo.

O que NÃO fazer:

  • Não "fuja" da família por não saber o que dizer. Não espere para conversar com eles só quando souber o que é "mais certo" dizer em uma hora dessas. Evite falar que sabe o que eles estão sentindo, a menos que realmente tenha passado por uma experiência semelhante. Limite-se a expressar seu pesar de uma maneira sincera e, acima de tudo, esteja lá para ouvi-los, mesmo que em silêncio.

  • Não fique teorizando sobre como um pai ou mãe nessa situação deveriam se sentir. Cada uma reage às adversidades à sua maneira e a seu tempo. Ficar sugerindo, por exemplo, que alguém deve ser forte ou que já deveria ter superado a perda provavelmente piora o estado de espírito da pessoa, assim como incentivar a chorar quando isso não vem naturalmente.

  • Não tente encontrar um jeito de explicar o que aconteceu, dizendo, por exemplo "Deus sabe o que faz" ou "Foi melhor assim". Não é hora também de sugerir "Logo logo vocês tentam de novo". Embora suas intenções sejam boas, esse tipo de declaração não ajuda em nada nesse momento.

  • Não subestime o impacto da perda nos irmãos, mesmo que eles sejam pequenos. As crianças costumam entender bem mais do que demonstram. Se você for próxima, converse e dê atenção a elas também.

  • Não presuma que uma nova gravidez ou outro bebê vai apagar a dor pela perda anterior. Crianças não são substituíveis, e a maioria dos pais e mães continua a carregar a tristeza pela perda por muitos e muitos anos.


Da minha experiência pessoal o que posso dizer, que tudo que se precisa é apoio, não é preciso dar opinião, nem tentar minimizar o que aconteceu, abrace, mostre que vc se importa, que está ali para ajudar e apoiar.

É bem comum as pessoas fugirem, por não saber o que dizer e como agir, e o que eu posso dizer é que essa atitude magoa, por mais que a gente tente entender é uma atitude egoísta. Não é preciso estar o tempo inteiro com a pessoa, pode apenas mandar uma mensagem, dizer que ela pode contar com você, ou mesmo que vc fez uma oração por ela. Se você acha que não tem estrutura emocional para lidar com a situação, mande uma cartinha, um recado, um pequeno gesto que demonstre que vc sente por ela(eles).


Alê

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