Esse post escrevi ano passado, para o Blog Confessionário, do Bebe.com, e achei legal postar aqui também, pois além de contar a minha história coloco um pouco da realidade de uma treinante e mãe, que nem sempre é como a gente imagina ou fantasia, :|
"Doce ilusão!
Acho que como toda a mulher, quando decidi, finalmente, que queria engravidar, já comecei a fazer planos e cálculos achando que logo em seguida já teria meu tão sonhado positivo. “Doce ilusão”, o tempo foi passando e nada de conseguir, troquei de médica, fiz todos exames possíveis e imagináveis, até enfim, descobrir que tinha uma endometriose, tratei e novas complicações surgiram, e assim se passaram mais de 2 anos até finalmente e, já completamente desanimada, receber o positivo.
Tudo era mágico, curti cada minuto a minha gravidez tão esperada, e o grande dia chegou, entrei em trabalho de parto, e como quase toda a mãe de 1a viagem, queria ter parto normal, amamentar, ser a super mãe. Meu parto foi normal como eu queria que fosse, minha filha nasceu linda e saudável, era tudo como eu queria, apesar das dores do parto, e que dores, tudo tinha valido a pena. Mas minutos depois tive complicações e o momento tão mágico, começou a se transformar num período muito complicado. Passei uma semana internada e não podia levantar ou sentar, tinha que ficar deitada sem levantar a cabeça, com enxaquecas terríveis, tive cefaléia das anestesias, devido aos procedimentos. Vocês não sabem o que é amamentar, sem poder se mexer e com dor, muita dor.
Os primeiros três meses de amamentação, não são fáceis, dói, é complicado acertar a pega, você sempre acha que não tem quantidade suficiente de leite, o leite é fraco. Imagina tudo isso deitada, sem poder se mexer e todos a sua volta querendo que você dê mamadeira para sua filha e pronto.
Gente, tudo que eu queria era amamentar exclusivamente minha filha até os 6 meses, mas ver ela chorando mesmo depois de mamar, eu naquela situação, não tinha como, fui obrigada a me render ao complemento, mas insistia que dessem no copinho, pois senão ela não ia mais querer o meu peito. Quando eu vi meu marido e minha cunhada dando mamadeira para ela, quase tive um ataque, chorava, xingava, mas aí vi como ela ficou bem, ao contrário do copinho, que ela passava trabalho, e resolvi apenas pensar no bem dela. E, para minha surpresa, ela continuou pegando o meu peito da mesma forma, e foi assim até os 2 anos e 4 meses. É aí que você percebe que tudo que falam que tem que ser assim, não é bem assim, que mais do que ouvir ‘regras’ ou o que especialistas dizem que é certo, a gente tem que ouvir o nosso coração de mãe.
Depois disso tudo, vocês acham que acabou por aí?! Infelizmente não, voltei para casa feliz, achando que tudo agora seria como eu imaginei, mas os dias foram passando e eu ficando triste, insegura, sem fome, muito, muito sensível. Mas, como toda a mãe de primeira viagem, pensei que era normal, que ia passar, que eu ia superar sozinha. Mais uma vez ‘doce ilusão’, minha filha já estava com 4 meses e eu cada vez pior, mais uma vez não foi como eu imaginava, como me disseram que podia ser, ninguém me disse que eu poderia ter uma depressão pós-parto. E mesmo se me dissessem, com certeza eu não iria acreditar que aconteceria comigo, eu, que lutei tanto, que quis tanto, nunca. Mas aconteceu, foi mais uma etapa difícil, muito difícil, tinha realizado o grande sonho da minha vida e não conseguia me sentir feliz, como?! Isso me fazia piorar mais, pois sentia culpa, por não estar vivendo feliz como imaginei.
As pessoas não entendiam, como eu só chorava, como eu sentia tanta tristeza, nem meu marido conseguia compreender, e aí uma constatação, só quem teve uma depressão consegue entender realmente. E foi uma vizinha, hoje minha amiga, que me abriu os olhos, em uma conversa de pracinha no condomínio, pois ela também passou por isso e conseguiu perceber que era esse meu problema, ela começou a dizer o que ela sentia e parecia que ela estava lendo minha mente, foi só aí que percebi que realmente precisava de ajuda.
Depois de algum tempo de tratamento, finalmente consegui renascer das cinza, é exatamente esta a sensação, consegui voltar a olhar a minha volta e sorrir, aproveitar minha bebê, realmente curtir a maternidade, ela já estava com 7 meses. Não tive rejeição por ela, em nenhum momento, mas por vezes me sentia muito mais frágil que ela. Os primeiros meses exigem muito de uma mãe, são poucos momentos de sono, a gente não consegue mais ir no banheiro e muito menos tomar um banho como antes, o bebê exige demais, e eu vivi para isso e somente para isso, enquanto estava na depressão, não existia a Alessandra, apenas a mãe da Giovana, e isso é muito ruim. Foram 3 anos e meio de tratamento para depressão, pois demorei muito para buscar ajuda.
Fiquei grávida de novo, ano passado, um menino, infelizmente perdi aos 6 meses de gravidez, novamente não foi como eu imaginava, uma dor que não tem como descrever, é sulreal. Todos imaginaram que teria uma nova depressão, até eu, mas nesses momentos a gente descobre uma força que não se sabia que tinha, uma força inspirada na minha filha, na minha família, amigos e tudo que já havia superado.
Hoje tenho uma filha linda, saudável, de 5 anos, com o sorriso mais lindo do mundo, e sou uma mãe feliz e muito, muito orgulhosa. Nos dias difíceis basta olhar para esse rostinho e pronto, qualquer problema se torna pequeno, e vamos em frente, pois tenho certeza que vou superar qualquer medo e ter um outro bebê, dessa vez com os pés no chão, e aí sim conseguir aproveitar ao máximo a maternidade.
De tudo isso meninas, o conselho que eu posso deixar é não tentem ser uma super mãe, não queiram seguir regras e conselhos de maternidade, ser mãe é único, é exclusivo, ser uma super mãe, é tentar ser a melhor mãe que você pode ser, uma mãe possível, não uma mãe perfeita. Não tenha receio de pedir ajuda, sim a gente precisa muito de ajuda, mesmo que você não tenha nenhum problema, você não será menos mãe por isso!
Alê
Blog Da Fertilidade à Maternidade"
Post publicado no Blog Confessionário em Fev/2013, http://bebe.abril.com.br/blogs/confessionario/2013/02/15/doce-ilusao/
* As informações disponíveis são meramente informativas, os comentários respostas são informações leigas e não substituem a Consulta Médica!
Eu acho que a maternidade nos ensina muito isso: nada é do jeito que a gente quer. Não tem como controlar nada. E acho que não dá mesmo pra seguir livros ou todos conselhos. Tem que seguir nossa intuição mesmo! Um beijo
ResponderExcluirE como ensina. Eu demorei 9 meses pra engravidar, e 9 torturantes meses até ele nascer. Não consigo ainda falat muito da minha gravidez 😔
ResponderExcluirVerdade aprendemos muito com a maternidade, a primeira é que por mais que planejamos as coisas as vezes não acontecem como tal, e outra coisa quenaorendemos também que eles tão pequenos e frágeis são nossas fortalezas né, por pior que seja nosso dia, nossos problemas basta olhar para eles, receber um abraço, ouvir a voz ou o sorriso e Rudo fica para trás.
ResponderExcluirBeijos Mi Gobbato - Espaço das Mamães
OI Alê, a realidade é bem diferente do que nos mostram nas novelas. É uma fase difícil, de mudanças, de cansaço e de muito amor. Nós como mães já nos cobramos, temos nossas culpas, e a cobrança externa só piora as coisas. Não dá para querermos super em tudo. Temos que dar o nosso melhor, mas nos respeitando. Que bom que você percebeu que precisava de ajuda e ficou bem.
ResponderExcluirbeijos
Chris
Oie Alê,não sabia que você tinha passado por tantas coisas. Gostei bastante do post, creio que vai ajudar muitas outras mães! Obrigada por compartilhar!
ResponderExcluirOi, tomo remedio a 4 anos tive que parar por mais ou menos 3 semanas e acabei tendo relação sexual mas sempre com o coito interrompidos a possobilidade de estar grávida é grande? Estou na ultima semana de remedio anticoncecional.
ResponderExcluirOi, as chances são baixas, mas não são nulas, pois mesmo não ejaculando, o homem pode expelir espermatozóides.
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