bj, Alê
"Fiquei muito feliz quando recebi o convite da Alê para escrever um post sobre esse assunto e que a escolha dele foi decidida em enquete no Blog. Pensei comigo: nossa, tantos assuntos no universo da fertilidade e da maternidade e justo a amamentação foi escolhida. Sei bem o porquê: não existe gestante que não pense na amamentação do seu bebezinho!
No universo das gestantes, existem duas linhas de pensamento na cabeça das futuras mamães: umas acham que vai ser tudo maravilhoso na amamentação, que o bebê vai sair mamando, que tudo vai dar certo, que é instintivo amamentar! Outras são totalmente o contrário, tudo vai dar errado: meu seio vai doer, vai machucar, vou ter dificuldades para amamentar, vou ter pouco leite e assim por diante.
Digo com toda a propriedade, pois a prática de anos como consultora em amamentação me permite, que “nem tanto céu, nem tanto terra”, que pode dar tudo certo, ou pode dar tudo errado. Já escutei tantas mamães dizendo que pensaram que iria ser tudo lindo com a amamentação, e, no entanto, foi tudo ruim, e vice-versa também. Então queridas amigas gestantes, leiam e se informem sobre o universo das mamíferas (mas em sites e literatura confiável, um bom site é o do Ministério da Saúde), conversem com mamães que já passaram por esta experiência, assim será muito mais fácil amamentar.
Existem quatro pontos chaves que devem ficar gravados na cabeça de toda a gestante para que o sucesso na amamentação aconteça já nos primeiros momentos após o parto:
DEIXAR A NATUREZA AGIR DURANTE A GESTAÇÃO
É MITO preparar o seio para a amamentação. Não adianta nada esfregar com bucha ou toalha, passar pomada, ficar com os seios no sol, fazer exercícios de puxar os mamilos. Sabem por quê? Porque a natureza é sábia, durante a gestação os seios vão sendo preparados para a amamentação. A aréola fica mais escura para que o recém nascido possa localizar visualmente onde ele deve mamar, pois a visão do bebê nos primeiros três meses não é nítida. As glândulas ao redor da aréola secretam um líquido oleoso que mantém os mamilos lubrificados e inibe o desenvolvimento de bactérias. Inclusive as mamães que possuem os mamilos planos ou invertidos, não adianta usar a concha de silicone, o mamilo não vai “se formar” com o seu uso. O importante é saber como colocar o bebê para mamar desde as primeiras horas pós-parto.
PRIMEIRA HORA DE CONTATO MÃE-BEBÊ APÓS O PARTO
Logo que o bebê nasce, ele deve ser colocado deitado no abdômen da mamãe, barriga com barriga. Ele deve ficar ali, quietinho, sentido o cheirinho da sua mamãe, depois de alguns minutos, ele mesmo vai procurar o seio, sem ajuda de ninguém (acreditem, assistam o vídeo neste link http://www.youtube.com/watch?v=jxa4W5IXxcA ). É claro que deve ter um profissional ao lado da dupla, para que, se preciso for, auxilie neste momento e o bebê deve estar bem. Este ato é extremamente importante tanto para o vínculo quanto para o início bem sucedido da amamentação. O bebê que mama ao seio na primeira hora após o parto, faz com que o processo de produção e descida do leite seja mais rápido.
POSIÇÃO E PEGA DO BEBÊ PARA MAMAR
Isto é fundamental, essencial, importantíssimo! A posição da mamãe para amamentar deve ser a mais confortável possível. Deve estar sentada, sem sentir desconforto, com as costas apoiadas. O bebê deve estar barriga com barriga com a mãe (na posição tradicional), totalmente voltado para a mamãe, sua boca deve estar de frente para o mamilo, e o nariz deve estar livre. Existem várias posições para amamentar, a mãe deve escolher aquela em que se adapta melhor e que fique bom para a dupla (segue abaixo uma figura mostrando as posições). Se a posição da mãe ou do bebê estiver incorreta, a pega do bebê pode fica prejudicada, o que ocasionará lesões nos mamilos, retirada insuficiente de leite, pois o bebê não conseguirá extrair grandes quantidades de leite, com consequente acúmulo de leite nos seios, causando o ingurgitamento mamário (mamas empedradas). Para facilitar, deve-se utilizar um travesseiro, ou almofada em baixo do bebê, para não sentir dor nos braços.
A pega, ou seja, o jeito em que o bebê abocanha o mamilo e a aréola é o fator principal para evitar dor nos seios e lesões, assim como para que o bebê consiga extrair o leite corretamente. O bebê deve ser estimulado pela mamãe a abrir um “bocão”, encostar o mamilo nos lábios do bebê estimula o reflexo de abertura da boca. Não adianta querer colocar o mamilo na boca do bebê quando ele estiver com uma boquinha pequenininha, normalmente ele vai pegar, mas vai machucar. Assim que o bebê abre bem a boca, a mãe deve levar a boca do bebê ao seio (não é o seio à boca do bebê), ele deve abocanhar toda ou quase toda a aréola (parte escura do seio), se o bebê abocanhar somente o mamilo (bico do seio), vai doer muito e vai machucar. Para facilitar, a mãe deve segurar o seio com os dedos (polegar e indicador) em forma de “C” bem na base do seio, e não realizar uma pinça com o dedo indicador e o dedo médio na aréola (isso dificulta a pega). O segredo: NÃO SENTIR DOR, se estiver com dor, a mamãe deve retirar o bebê do seio, introduzindo o dedo mínimo no canto da boca do bebê (para tirar o vácuo), a fim de não deixar o bebê sugar o mamilo (isso dói muito), e fazer o bebê pegar novamente o seio. Segue abaixo umas fotos para ilustrar a pega correta, e como retirar o bebê do seio.
AMAMENTAR EM LIVRE DEMANDA, que significa: amamentar várias vezes ao dia e sem limite de tempo. Não existe mais a teoria de oferecer o seio de três em três horas, durante 30 minutos. Esquecer o relógio durante a amamentação é muito importante, deixar o bebê mamar quanto tempo for necessário para ele largar o seio sozinho, satisfeito. Quanto mais o bebê mamar, mais leite será produzido, e os seios não ficarão ingurgitados. É importante dar um seio em cada mamada, deixar o bebê esvaziar bem a mama para que o bebê receba o leite mais gordinho, do final da mamada. O problema é que não sabemos em quanto tempo depois do início da mamada sai o leite gordinho, por isso não podemos limitar o tempo. Muitas mamães me dizem: ”Ai Rosane, vou ter que ficar o dia inteiro com o bebê no seio?”, e eu respondo: “depende do dia”. Tem dias em que o bebê mama igual um reloginho e larga o seio em pouco tempo, mas tem outros dias, em que ele vai querer ficar mais tempo juntinho da sua mamãe, no seio. Bebês não seguem regras, horários fixos, eles só pensam em duas coisas depois que nascem: ficar grudadinho com a mamãe e não sentir fome, pois é assim que eles estavam dentro do útero.
As mamães ficam muito sensíveis no pós-parto, e isso é perfeitamente compreensível, muita mudança na rotina, como entender o bebê, o que ele está sentindo, isso gera angústia! Se a amamentação não está indo bem, o quadro piora ainda mais. Procurar ajuda profissional é a decisão mais acertada, pois muitas mamães desistem de amamentar por falta de apoio, e muitas dificuldades são facilmente resolvidas.
Eu teria muitas outras dicas para escrever, mas vou terminar por aqui, senão o post vai ficar imenso e ninguém vai querer ler!!!
Beijos enormes a todas as futuras mamães e que tenham muito sucesso na amamentação!
Nutricionista Rosane Baldissera
Consultora em Amamentação – Porto Alegre/RS
Fones: (51) 95329195 ou 91684658
www.mamaebebeamamentação.com "
P.S.: Gostou do post, então compartilha :), mas se for copiar cite a fonte, com link e a autora. É mais justo com quem pesquisa e escreve sobre o assunto para tentar ajudar. Obrigada, Alê
* As informações disponíveis são meramente informativas, os comentários respostas são informações leigas e não substituem a Consulta Médica!
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