Tratamento do Policístico (SOP): O tratamento da infertilidade da mulher pode ser categorizado em três estágios definidos. Esses tomam a forma de etapas consecutivas. Em muitos casos, a primeira etapa pode ser bem-sucedida, dessa forma não havendo necessidade da segunda e da terceira etapas.
Primeira Etapa Citrato de Clomifeno: Se a investigação indica um problema ovulatório, a terapia hormonal provavelmente será recomendada. Usualmente, o médico começa a indução da ovulação com a medicação chamada citrato de clomifeno. O citrato de clomifeno é prescrito para mulheres com disfunção ovulatória cujos parceiros masculinos são férteis. Em um ciclo normal, o hipotálamo libera um hormônio chamado hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) no início da fase folicular. Se o hormônio é liberado numa quantidade muito pequena ou muito grande, não ocorrerá o desenvolvimento normal do folículo e a ovulação. O citrato de clomifeno estimula a liberação de GnRH, que por sua vez faz com que a glândula pituitária libere mais FSH e LH, estimulando o crescimento folicular nos ovários.Se a terapia com citrato de clomifeno é inefetiva após três ou quatro ciclos, as medicações contendo FSH e LH podem ser prescritas.
Segunda Etapa Tratamento com gonadotrofinas: Se o clomifeno não funcionar, o próximo estágio de tratamento é começar a administração com gonadotrofinas. As gonadotrofinas agem diretamente sobre o ovário, promovendo o desenvolvimento folicular.
Os hormônios gonadotróficos utilizados no tratamento de infertilidade são produzidos de três maneiras:
Urinários : Extração de hormônios (FSH e LH) a partir da urina de mulheres pós-menopausadas.
Recombinantes : Hormônios produzidos em laboratório a partir do DNA humano.
Recombinantes usando a tecnologia de Preenchimento por Massa : Uma técnica mais acurada e precisa, que assegura, através de seu processo (cromatografia líquida de alta pressão e exclusão por tamanho) mais precisão na dose do medicamento.
Veja mais detalhes sobre essas três técnicas:
Gonadotrofinas: As duas principais gonadotrofinas são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Esses são considerados como gonadotrofinas, porque exercem seus efeitos primariamente sobre os ovários e testículos (que são conhecidos como gônadas). Os sufixos trofina ou tropina significam ‘promovendo o crescimento’, porque esses hormônios não apenas estimulam a liberação de hormônios gonadais, como também são responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento das gônadas. Na ausência das gonadotrofinas, as gônadas atrofiam e, se elas estão ausentes durante a infância, às gônadas não se desenvolvem apropriadamente.
Em indivíduos do sexo feminino , FSH e LH exercem ações distintas mas complementares sobre o crescimento e desenvolvimento dos folículos ovarianos, e a síntese e secreção dos hormônios ovarianos-chave, tais como estrógenos e progesterona. FSH age para estimular o desenvolvimento folicular, enquanto o LH é o hormônio primário envolvido em produzir e iniciar a fase lútea. Diminuições ou desequilíbrios nos níveis de FSH e LH podem levar a anovulação (ausência de ovulação) e infertilidade. Por outro lado, após a menopausa ou em mulheres incapazes de produzir estrógenos, o FSH pode aumentar até níveis muito altos devido à ausência do feedback negativo do estrógeno para o hipotálamo.
Em indivíduos do sexo masculino, a ação do FSH se faz primariamente sobre a maturação dos túbulos seminíferos nos testículos. As células-alvo do hormônio são as células de Sertoli. Na presença de um nível de andrógeno intratesticular alto (que se eleva em decorrência da ação do LH nos testículos, o que estimula as células de Leydig a se desenvolverem e a secretarem testosterona), o FSH induz a espermatogênese. Em suma, FSH e LH são responsáveis, em associação pela espermatogênese. As funções específicas das gonadotrofinas são sumarizadas na tabela abaixo.
Hormônio:
Função em indivíduos do sexo feminino
Hormônio folículo-estimulante (FSH)
Hormônio-chave envolvido no desenvolvimento e maturação do folículo ovariano até o momento da ovulaçãoEstimula as células foliculares a secretar estrógenos
Hormônio luteinizante(LH)
Essencial para induzir ovulação e formação do corpo lúteo, o qual secreta os hormônios necessários para dar suporte à gravidez inicialOs níveis circulantes parecem desempenhar um papel em conjunção com o FSH no desenvolvimento do folículo
Terceira EtapaTecnologias de Reprodução Assistida (ART): As opções em tratamento de fertilidade podem ser impressionantes. Elas representam tratamentos médicos muito avançados e tomada de decisão profundamente pessoal. Uma categoria de tratamento são as Tecnologias de Reprodução Assistida (Assisted Reproductive Technologies, ART). ART é um termo abrangente para uma variedade de procedimentos médicos usados para reunir ovos e espermatozóides com o objetivo de obter uma gravidez. Talvez o procedimento mais familiar de ART seja a FIV (fertilização in vitro).
O primeiro procedimento bem-sucedido de FIV humana foi realizado em 1978 e, desde então, as taxas de sucesso dos procedimentos de ART têm aumentado de forma constante. Em 2000, a taxa de nascidos vivos para mulheres com menos de 35 anos que se submeteram a ART foi de 33% por ciclo iniciado, um número bastante favorável quando comparado com a chance de 20% que os casais férteis médios têm em um determinado mês qualquer de estabelecer uma gravidez e de levá-la a termo. Embora as taxas de sucesso de ART declinem significativamente nas mulheres mais velhas, as chances para engravidar aumentaram para todos os grupos de idade. Nos EUA , o número de procedimentos de ART realizados também está aumentando, atingindo quase 100.000 em 2000. De 1996 a 2000, os partos de nascidos vivos resultantes de ART aumentaram 73%, indo de 14.573 para 25.228.Embora essa estatística se apresente como uma boa notícia , a experiência de cada casal é diferente. É melhor centrar a atenção em suas próprias metas e condições médicas. Pode ser útil lançar mão de informações apresentadas neste página quando você for discutir o tratamento com o seu médico. Juntos, poderão decidir que procedimento é melhor para você.
Algumas Informações Básicas sobre os Tratamentos: Os hormônios sob controle do hipotálamo, glândula pituitária e ovários regulam o ciclo reprodutivo feminino. Se este sistema básico de controle não funciona corretamente, a ovulação será objeto de distúrbios ou estará ausente. As desordens ovulatórias são caracterizadas por anovulação (ausência completa de ovulação) ou ovulação infreqüente e/ou irregular.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou uma classificação tratamento-orientada de pacientes anovulatórias:
>> Pacientes do grupo I têm insuficiência hipotalâmico-pituitária. Elas são amenorréicas (não menstruam) e não têm hormônio folículo-estimulante (FSH) nem hormônio luteinizante (LH).
>> Pacientes do grupo II têm disfunção hipotalâmico-pituitária e apresentam-se com uma variedade de desordens do ciclo, inclusive amenorréia, oligomenorréia (poucos dias de ciclo) e deficiências da fase lútea. Cerca de 97% das pacientes anovulatórias encontram-se neste grupo, inclusive aquelas com síndrome do ovário policístico (SOP), uma condição comumente caracterizada por hirsutismo (grande quantidade de pêlos), obesidade, anormalidades menstruais, infertilidade e ovários aumentados; acredita-se que isto é reflexo da secreção excessiva de andrógeno de origem ovariana), que por sua vez é considerada a causa mais comum de disfunção ovariana.
A indução da ovulação (IO) tem por objetivo corrigir os desequilíbrios hormonais, possibilitando, quando possível, que ocorra mono ovulação (desenvolvimento de apenas 1 ovo). Mais de 80% das mulheres inférteis sem desordens anatômicas são tratadas com sucesso com medicamentos para fertilidade que promovem o crescimento e o desenvolvimento de folículos ovarianos através da estimulação de FSH e LH. Os agentes mais comumente usados para a indução da ovulação são:
Citrato de clomifeno, que age no hipotálamo para aumentar a liberação de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), o qual, por sua vez, estimula a glândula pituitária a liberar FSH e LH.
As gonadotrofinas (preparações de FSH e LH que agem diretamente sobre o ovário, promovendo o desenvolvimento folicular).
Nas pacientes do Grupo I da OMS, a terapia com gonadotrofinas, tanto com FSH como com LH, é necessária para o desenvolvimento folicular e ovulação.
As pacientes do Grupo II da OMS podem responder ao citrato de clomifeno. O tratamento com FSH é normalmente reservado para aquelas que não respondem a clomifeno. A IO é usualmente combinada com a relação sexual programada temporalmente ou com inseminação artificial (também chamada de inseminação intra-uterina: IIU) com a finalidade de aumentar a probabilidade de fertilização bem-sucedida.
Se a concepção não acontecer após aproximadamente três a cinco ciclos com citrato de clomifeno e novos três a cinco ciclos com tratamento com gonadotrofina, a paciente pode ser encaminhada para ART.
O número de cursos de tratamento com citrato de clomifeno/gonadotrofina está relacionado ao tipo de infertilidade, ao resultado das investigações e aos esquemas de reembolso praticados em cada país.FSH é efetivo na estimulação ovariana. As injeções de gonadotrofina coriônica humana (hCG) são usadas em conjunção com o FSH para provocar a liberação do ovo (hCG é dado para mimetizar o pico natural de LH). Medicação adjunta adicional para a terapia com FSH são os análogos sintéticos do hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH), que agem suprimindo os ovários. No seu estado suprimido, os ovários são mais receptivos à terapia com FSH e ovos de melhor qualidade são conseqüentemente produzidos. Isso é particularmente útil para as mulheres com PCOD (Polycystic Ovary Disease) que não respondem ao FSH isoladamente.Bromocriptina é um agente útil no tratamento de hiperprolactinemia, uma condição em que há excesso do hormônio prolactina no sangue. Essa condição resulta na supressão da liberação do GnRH, contribuindo para a anovulação.
Fonte: http://www.fertilidadeonline.com.br/
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