Pequenas mudanças na alimentação aumentam as chances de engravidar. É o que mostra estudo publicado no final de 2007 por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos
Por Thais Szegö
Esperança e frustração — os dois sentimentos se mesclam a cada mês. O primeiro é alimentado dia a dia e acompanha a torcida para que a menstruação não dê as caras. O segundo é inevitável quando se nota que ainda não foi dessa vez que o sonho tão acalentado de engravidar se realizou. Passado um tempo nessa gangorra emocional, muitos casais correm para uma clínica de fertilidade. Vamos reconhecer: os tratamentos de fertilização assistida evoluíram um bocado e alcançam taxas de sucesso cada vez maiores. Mas, antes de apelar para essa saída mais radical — e, sem dúvida, mais cara —, talvez fosse o caso de mudar a dieta.
Essa é, ao menos, a sugestão de Jorge Chavarro e Walter C. Willett, autores de The Fertility Diet (“A dieta da fertilidade: um estilo de vida adequado para aumentar as chances de engravidar”, publicado no Brasil pela editora Campus-Elsevier). A obra é um projeto de fôlego da Universidade Harvard, onde a dupla trabalha, em parceria com outras respeitadíssimas instituições médicas americanas, como o Hospital Infantil de Boston, para citar apenas uma.
A investigação original com um grupo de mais de 18 mil voluntárias buscava, na verdade, elucidar a relação entre dieta e prevenção de doenças como o câncer e o infarto em mulheres jovens. Como boa parte delas revelou que estava tentando engravidar, os pesquisadores passaram a mirar esse foco — a fertilidade.
Em oito anos de investigação, muitas das mulheres acompanhadas conseguiram ter bebê. Mas uma em cada seis — das que declararam o desejo de engravidar, bem entendido — não tiveram a mesma sorte. E duas substâncias, a insulina e a globulina, podem ter representado um papel crucial nessas histórias com finais diferentes. Ambas, dizem os pesquisadores, influenciam na ovulação.
Segundo eles, quando a insulina que faz o açúcar entrar nas células sobe depressa ou despenca no sangue, a tal da globulina, uma proteína que se liga aos hormônios sexuais em geral, acompanha a flutuação. De maneira, diga-se, igualmente brusca. E isso destrambelha o equilíbrio hormornal. O resultado desse sobe-e-desce é uma elevação de andrógenos, hormônios masculinos que, em excesso, interrompem a ovulação.
“A dieta indicada pelos cientistas americanos afeta, sim — e diretamente —, a fertilidade”, opina o ginecologista Dirceu Henrique Mendes Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. “Sem contar que é muito saudável, o que por si só já contribui.” Mas atenção: as sugestões de ingredientes propostas pelo livro só são úteis para mulheres com ovulação irregular — algo que está por trás de um terço dos casos de infertilidade feminina.
Nem gorda nem magra
Além de avaliar a alimentação das candidatas a futuras mamães, os especialistas americanos relacionaram gordura corporal a fertilidade e concluíram que fica mais fácil receber o resultado positivo se a mulher estiver com o peso ideal. Quilos extras indicam um estoque de gordura, que provoca resistência à insulina, que afeta a globulina, que... Pois é. De novo, o ciclo da bagunça hormonal — dessa vez detonada pelo ponteiro da balança, que insiste em subir. As muito magras tampouco estão livres de problemas. O corpo entende a magreza exagerada como uma ameaça à sobrevivência do bebê e, por segurança, interrompe a ovulação.
Carboidratos
O que faz a diferença na fertilidade não é a quantidade, mas, sim, a qualidade desse nutriente. As fontes com baixo índice glicêmico, ou IG, como pães e cereais integrais, aumentam as chances de ocorrer a fecundação. Já alimentos com alto IG, como o arroz branco e o pão francês, atrapalham o encontro entre o óvulo e o espermatozóide. Segundo os autores do livro "A dieta da fertilidade" (editora Campus-Elsevier), mulheres habituadas a ingerir grande quantidade de carboidrato com índice glicêmico lá em cima chegam a ter 92% mais dificuldade de ovular. Para chegar a essa estimativa, eles compararam voluntárias com hábitos muito parecidos — por exemplo, só mulheres que não fumavam e comiam sempre muitos vegetais. Assim, a única diferença gritante entre elas dizia respeito ao consumo dos tais carboidratos.
Gorduras
Nem pense em abolir esse nutriente da mesa com medo de ganhar peso. “Essa é a matéria-prima dos hormônios sexuais”, justifica a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo. Mas não é qualquer tipo que tem passe livre na dieta de quem deseja um bebê. As poliinsaturadas, presentes nos óleos de soja e canola, deram indícios de que protegem o aparelho reprodutor feminino. Já a gordura trans é uma grande inimiga da ovulação. Se apenas 2% das calorias do dia forem provenientes desse ingrediente maléfico, o projeto maternidade pode falhar. Num cardápio de 2 mil calorias, isso corresponde a 4 gramas de gordura trans — e uma porção média de batatas fritas, daquelas de fast-food, já é suficiente para estourar esse valor. Cuidado!
Proteínas
Prefira aquelas de origem vegetal, como as presentes em feijões, no tofu e nas nozes. Esse tipo de proteína favorece a ovulação. Os peixes e os ovos, embora excelentes, não influem nesse aspecto. Já o excesso de carne vermelha e de aves, como peru e frango, aumenta em um terço as chances de problemas na hora da concepção. Segundo os médicos americanos, que adoram um cálculo, trocar 25 gramas de gordura vegetal pela mesma quantidade da animal aumenta o risco de infertilidade em até 50%. A nutricionista funcional Daniela Jobst, de São Paulo, ressalva: “Não é bom tirar de vez a carne vermelha da dieta, porque ela é rica em complexo B, importantíssimo para a fertilidade”. Então, como sempre, a dica é bom senso.
Laticínios
Só os integrais são bem-vindos — eles ajudam bastante, aliás. Os desnatados têm efeito contrário. A ausência de gordura muda radicalmente o balanço dos hormônios sexuais no organismo. Pior ainda se houver adição de substâncias que tornam os produtos magros mais saborosos e cremosos. O estudo de Harvard mostra que uma porção de laticínio por dia, de preferência um copo de leite integral, já é suficiente para melhorar as chances de ter um bebê.
Esse tal IG
Ele indica a velocidade com que o açúcar vai parar na circulação assim que comemos algo. Para calculá-lo, mede-se a taxa de glicose no sangue de voluntários que acabaram de se alimentar. Depois de três horas, eles ingerem glicose pura e passam por nova medição para servir como referência. O IG usa uma escala que vai de 0 a 100. Assim sendo, se determinada comida provoca metade do aumento de glicemia na comparação com a glicose pura, seu IG é 50.
Exercício, um ingrediente a mais
Quem pretende engravidar precisa também mexer o corpo. E não só para prepará-lo para os nove meses de engorda. Os cientistas estão convictos de que o sedentarismo favorece a infertilidade. Isso porque nos músculos inativos a ação da insulina é menor. Ela fica sobrando na circulação, o que facilita o desarranjo hormonal. Por outro lado, o excesso de malhação pode frear a menstruação e a ovulação. Para as mulheres em paz com a balança, o ideal é praticar 30 minutos diários de exercícios. Já as que estão acima do peso precisam de pelo menos uma hora de ginástica por dia para se livrar dos quilos a mais. É tudo uma questão de equilíbrio.
Fonte: Bebe.com
Oi amiga,
ResponderExcluirAté q enfim consegui comentar aqui rs...tento a semanas, mais hj baixei o firefox e deu certo heheh...
Estou te seguindo no twitter...
Beijocas!
Oi Paty, que bom amiga, acho q é alguma coisa com o Internet Explorer 8.
ResponderExcluirbjosss,
Alê
Querida, tem um selinhon especial pra vc lá no meu blog!
ResponderExcluirbeijos