Eu custei bastante a entender, que estava na hora de deixar a culpa de lado e começar a ser a melhor mãe que eu podia ser, mas mesmo assim, de vez em quando, lá vem a culpa me rodear. Acho que a culpa tb teve um grande peso na minha depressão pós-parto, afinal, por que eu não me sentia a pessoa mais feliz do mundo?!
Pois é, aí resolvi perguntar a uma especialista, a Dra Filomena Camillo do Vale, a Dra Filó, uma das pediatras mais requisitadas e admiradas de Belo Horizonte, que tem mais de 20 anos de experiência com mães e filhos, o que ela achava sobre a culpa materna:
"A principal angústia é que a mãe quer ser perfeita. Há uma perseguição, uma obsessão pela perfeição. Eu tenho mais de 20 anos de consultório e já atendi a geração que não trabalhava e, hoje, atendo a geração que trabalha. É nítida a diferença. Nasce o bebê e aí já existe toda uma expectativa, um sonho louco com aquele bebê. Quando nasce um bebê, eu já percebo nas mães uma decepção imensa: - Nasceu esse menino o que é que eu vou fazer com ele. A sensação é exatamente essa. E o menino não tem manual, não tem vide bula e quando eu canso não posso colocar em uma caixinha e guardar como se fosse um brinquedo, ele não é um brinquedo. E aí a roupa de antes de engravidar não cabe no pós-parto e eu não me preparei para esse corpo.
A mãe fica louca, porque ela não ficava em casa, ela não estava acostumada. A casa que era toda arrumadinha, só pro casal, é invadida por babá, sogras dos dois lados, é uma loucura de gente transitando dentro de casa, que se perde a intimidade. Isso gera um clima familiar e uma hora tem que falar: - Para tudo. Aí o casal não se encontra mais. É um monte de fralda no caminho, carrinho no caminho, não se acham. Fica angustiada, fica triste porque tem que voltar ao trabalho. - E o menino? Eu ponho onde? Levo pra onde, deixo com quem? E vai gerando aquela angústia, vai ficando louca e se sente culpada por tudo.
Quando nasce uma mãe, nasce a culpa! E só percebo uma mãe feliz se o filho é feliz, aí ela não tem culpa não.
Existe isso em vocês, eu falo seja feliz. Vamos brincar de ser feliz. Qual o momento que a gente está feliz, agora, nesse momento. É o único momento que nós temos para viver, eu não sei se terei o próximo. Aproveita esse menino! Abraça, amassa, aperta, você só tem ele agora.
Seja feliz com o que você tem para viver, agora! Esqueceu que é simples?! A regra da vida é tão simples. Então, se você tem um filho perfeito que se alimenta, cuidou, trocou, abraçou, beijou... é simples assim. E a gente não permite que a simplicidade aconteça. A gente quer complicar, mas e “se”...o “se” já é um fracasso. Ainda não aconteceu. Vamos esperar acontecer, vamos ver o que vai acontecer e depois a gente caminha.
Antigamente, as mães não assistiam TV, ficavam no passeio conversando, faziam terapia com as vizinhas. As crianças brincavam de pique de quarteirão, então não tinham distúrbio de sono. Elas chegavam em casa e desmaiavam. As vizinhas conversavam, elas trocavam experiências. E, hoje, com a correria das pessoas, não é assim. Não conhece ninguém, tá todo mundo ilhado. Por isso, acontece essa solidão. Você vai conversar, com quem? Com o marido? Ele não entende seu universo, o universo dele é outro. Aí chega o menino, aí você se sente culpada, porque acha que não o ama loucamente. Claro que não! O amor é uma construção. Você vai amando todo o dia. Imagina pro marido, que não gerou, que o corpo não mudou, que nada aconteceu. E nós ainda temos aquela loucura de hormônio, né?! É completamente diferente. Aí você vai observando sua fase. Antes você tem o grupo que tá namorando, tá ficando noivo, tá preparando casamento e que tem filho. E vai dividindo experiências. É assim. A gente vai se juntando para ajudar a caminhar e entender que isso tudo faz parte da vida. E que é lindo viver tudo isso."
Então amiga, acho que a mensagem maior da Dra. Filó é vms parar de complicar, vamos viver nossa maternidade da melhor maneira possível!Viva uma fase de cada vez, encare as coisas como desafios, não como obstáculos, respire, olhe para seu bebê e tenha certeza que tudo que você precisa é essa carinha, esse sorriso e seja feliz!
bjs,
Alê Nunes
Blog Da Fertilidade à Maternidade
P.S.: Agradeço a Deborah Santos, da Rede Comunicação de Resultados, que possibilitou essa entrevista durante o II Seminário Internacional de Mães, que aconteceu em Jun/16 em Belo Horizonte.
Gostou do post, então compartilha :), mas se for copiar cite a fonte, com link e a autora. É mais justo com quem pesquisa e escreve sobre o assunto para tentar ajudar. Obrigada, Alê
* As informações disponíveis são meramente informativas, os comentários respostas são informações leigas e não substituem a Consulta Médica!
Gente *-* que post maravilhoso!
ResponderExcluirMe definiu aqui !
Adorei
Beijo
http://www.simplesedoce.com.br/
Oi Ale
ResponderExcluirMuito bom o post, adorei a entrevista com a Dra Filó e concordo com vocês!
O blog é ótimo, parabéns!
Bjs
www.maeliteratura.com
Que bom que gostou <3
ExcluirObrigada, bjs,
Alê
Amei seu post Ale! E concordo com a Dr Filó, isso acontece quando queremos ser perfeita. E sabe, eu já não quero ser perfeita a muito tempo. Desde o dia em que eu parei pra reconhecer que a perfeição não existe e passei a assumir que sou imperfeita, eu peço desculpa e sigo em frente. E agora é assim, sem culpa mesmo :)
ResponderExcluirBeijinhos!
Que bom Dulci, é isso aí ;) bj, Alê
ExcluirOi Alê, tudo bem.
ResponderExcluirEu sou a Ju, do blog Mãe Sem Fronteiras.
Eu tenho uma amigona que foi no seminário também, não sei se vc conhece, a Te do @Bolhinhas de Sabão para Maria.
Agora falando do seu post, esse sentimento é muito normal, mais comum do que a gente imagina, mas acredito que essa parte final que você escreveu, influencia e muito... Porque sim, estamos ilhadas em nosso mundo... Mesmo com a internet, informação, sites, blogs, estamos sozinhas SIM.
Antigamente as mães iam uma na casa das outras, ou apenas saiam eu seus portões para prosear, enquanto os filhos brincavam, e no final do dia o cansaço batia em todo mundo, e bora dormir...
Mas admiro sua força e coragem de procurar auxílio e ajuda, e descobrir que a culpa faz parte sim da maternidade, mas que podemos ser feliz com as novas mudanças, com a compreensão dessa metamorfose materna que passamos...
Amei suas palavras.
Bjs
Ju
Obrigada Ju, realmente os tempos mudaram todo esse comportamento o que de certa forma colabora para esse sentimento de solidão.
ExcluirQue bom que gostou, bjsss,
Alê
Ale adorei o post ... realmente temos que deixar de lado a culpa, pois não existe mãe perfeita e sim aquelas que fazem de tudo para o filho e isso as tornas as melhores mães para eles
ResponderExcluirBjs Mi Gobbato
http://espacodasmamaes.blogspot.com.br/
Muito bacana o seu post e ele demonstra bem o sentimento de mãe. Sabe, não é fácil e muito se vê ou se ouve falar só das maravilhas. Até hoje me sinto culpada por algumas coisas, mas sei que faço o melhor que eu posso.
ResponderExcluirhttp://www.arianebaldassin.com/
Ótimo post! Adorei tudo que a Dra. Filó disse.
ResponderExcluirTemos que aceitar que muitas coisas não sairão como imaginamos e deixar um pouc esse bendita culpa de lado…
Beijoss
Adorei tudo que a Dra Filó disse.. Não somos perfeitas.. Beijos
ResponderExcluirÓtimo post Ale adorei tudo que a doutora Filo falou, queremos ser sempre perfeita.
ResponderExcluirBjs
Mari
Vamosmamaes
É bem assim mesmo!!! É um misto de culpa, alegria, medo, paz. Mas é a melhor coisa do mundo!!!
ResponderExcluirBeijos Mila (@mindodamae)
Ale ameii super me indentifico sempre queremos a perfeição e vêm a culpa, medo e o maior de todos o amor
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